Para ver a luz, acordo cedo.
Mas não sabia que o buraco negro
Era tão escuro
Não sabia que o buraco negro
Era tão fundo.
Perigo, perigo, perigo!
Não mergulhe nas profundas águas
Lá do fundo do poço
Águas oriundas de lágrimas
Que alguém chorou
Ao afundar-se em desgraça
Qual a cura do desespero?
Como se alimentar de medo?
Arranca deste peito, deste coração,
Os poetas demônios
Que riem todo tempo
Demônios cômicos, sedentos!
Faz-me flutuar pelo universo
Queima-me nas chamas do vulcão
Já queimo há tempos em solidão
No fogo eterno, na escuridão
Deus ama as crianças,
E tão somente as crianças
Deus do ódio, Deus necrofilo
Come o meu corpo em carne viva
Fazei de mim um protótipo
Das sua sádica esquisofrênia
Não outra porta
Não há outra alternativa.
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