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domingo, 28 de dezembro de 2014

Um brinde à vida

Vamos celebrar o dia
Com um copo de bombinha
E um cigarro de pacaia
Vamos celebrar a farra
Com mendigos e doentes
Com doenças que não sara
Vamos celebrar o consumo exacerbado
De uma elite inescrupulosa
Que nos põe no pelourinho
Para nos dar uma sova
Vamos celebrar uma vida que não é nossa
Vamos celebrar em ter um dia-a-dia
Para puxar carroça.
Vamos nos ater somente a servir
Vamos viver pelos outros
E sobreviver por nós
Morando em barracos
E gritando a sós
Tentando desamarrar os nós
Que teimam em embaraçar
Vamos celebrar a comida no prato
Agradecer a deus por um dia farto
Por que o outro não se sabe
Vamos celebrar o massacre
De quem trabalha para existir
Vamos agradecer a elite imunda
Por nos alimentar
E nos tirar o direito de ir e vir
Vamos chorar como desafortunados
Que privados de todas as glorificações.
Ajoelha-se na igreja
E vai pedir perdão
Vamos celebrar a quem purifica um coração purificado.
Que por não ter culpa
De ter nascido miserável
Implora um pedaço de pão
Vamos celebrar a vida injusta
Com um copo de bombinha
Vamos celebrar a elite suja
E viver na servidão.

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