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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Odiar Reverso de amar

Odiar é o reverso de amar
Manual no inverso te ensina a perdoar
Na sina uma cena descrita no verso do papel
E na vida uma pergunta que não cala
Será que só há felicidade no céu

Odiar, maleficio da alma
Gosto amargo que gosto de experimentar
Amor, sentimento benéfico
Quem ama será sempre eterno
E uma pergunta não cala
Será que só há coisas más no inferno

Sempre com mesma afeição
Tento ter outra percepção
O que não faz bem para minh´alma
Alimenta meu coração.

Mas não! Não deixemos de sonhar
Não devemos deixar de odiar ou amar
O que nos convém,
Pois quem odeia
É capaz de amar também.

Procissão

A procissão caminha em vão
Sempre na mesma direção
Todos unidos pelo mesmo motivo
Chorar, rezar e pedir perdão
Perdão pelo que fez
Ou deixou de fazer
Perdão por todas as palavras
Que havera de dizer
Vamos pedir piedade
Seres humanos acreditam!
Contos de fadas são realidade!
E a realidade não serve de nada
E seguem com a visão vendada
Se realmente faz o impossivel
Dai-me asas para voar
Ou torne-me ao menos invisivel
Pelo menos essa noite
Eu ei de indagar
Ao menos essa noite
Eu ei de acreditar
Que alguma coisa existe
E persiste em me acompanhar

Semblantes

Aos poucos altera-se meu semblante
Todos envolta percebem
Que já não sou mais como antes
Meu jeito doce vai perdendo espaço
Todos bestificados ao ver meu estado torpe
Coitado, é o fim do desgraçado
Coitado, é o fim do desgraçado
Que mal eu fiz, me diz
Que mal eu fiz pra me tornar assim
Por que será que ninguém ora
Por que será que ninguém ora por mim
Sei que depois ela chora
Mas por enquanto rir do meu estágio
Completamento estasiado pelas drogas
Como é bom gritar ao sentir dor
Alivia toda essa falta de amor
Recebida pelos mais próximos
Sou tratado como quero
Sou tratado como posso
Mal visto e mal quisto por todos os olhos
Mal visto e mal quisto por todos os olhos

Todos olham estranho

Os morotós roem meu epitélio
Os homens se fingem cegos
As crianças sentem repugnância
As mulheres sentem ância
E todos olham estranho
O que não é bonito é esquisito
Um louco não é tolo
Um bêbado também é ser humano
Mesmo que despezado
Ou jogado ao lixo
E todos olham estranho
Um "serhumanopedra" vive sem vida,
Mas que loucura é essa?
Ser humanos, ou ser comida
Ser regugitada ou cuspida
E todos olham estranho
Uma menina implora na esquina
Por alguns centavos
Todos observam sentados
Ao luxo de um banco de praça
E todos olham estranho
Uma nordestina heroina
Sobrevive da quase pouca safra
Em um sertão de riquesas quase escassas
Até onde vai a cegueira do homem
Quantos meninos e meninas
Perambulam sem nome
E todos olham estranho
Quantos monstros ainda iremos fabricar
Quantos absurdos irão noticiar
Quantos com a vida terão que pagar
E todos olham estranho
Disfarçam e batem retirada
Se trancam em seus "mausoléus"
Como se não estivesse acontecido nada
E todos incrivelmente ainda ollham estranho....
São eles que tem a culpa
Ou a culpa seria sua
São apenas crianças simples
Sobreexistindo ao regime
Engenharia social não é crime
Quem irá pagar a idenização
Dos tempos impios da escravidão

Vencer ou perder

Todos querem vencer omisso
Vencer em cristo
Todos querem começar do inicio
Todos querem escapar do juizo

E se esquece
Que um sempre perde
Enquanto um outro vive a vencer
O que te entristece, te fortalece
E te força a expor o que não quer

Toda tristeza e toda dor
Ao descobrir o que restou
O que faltou do nosso amor...
E o que faltou do nosso amor
Foi destruido, jogado ao lixo

Não sabemos mais perder
Não sabemos mais vencer,
Pois para vencer
É preciso derrotar alguém
Não sabemos ser mais humano
E para ser humano
É preciso chorar também

As  lágrimas são simbolo do sofrimento
Um pedido de morte aos passos lentos
E nem a ciência explica
E nem Freud explica
Nem Jim Morrison explica
Essa falta de sorte.

Necrofilia

Para ver a luz, acordo cedo.
Mas não sabia que o buraco negro
Era tão escuro
Não sabia que o buraco negro
Era tão fundo.

Perigo, perigo, perigo!
Não mergulhe nas profundas águas
Lá do fundo do poço
Águas oriundas de lágrimas
Que alguém chorou
Ao afundar-se em desgraça

Qual a cura do desespero?
Como se alimentar de medo?
Arranca deste peito, deste coração,
Os poetas demônios
Que riem todo tempo
Demônios cômicos, sedentos!

Faz-me flutuar pelo universo
Queima-me nas chamas do vulcão
Já queimo há tempos em solidão
No fogo eterno, na escuridão

Deus ama as crianças,
E tão somente as crianças
Deus do ódio, Deus necrofilo
Come o meu corpo em carne viva
Fazei de mim um protótipo
Das sua sádica esquisofrênia
Não outra porta
Não há outra alternativa.

O mar é vermelho

A noite canta melodias
E clama pelo sol do dia,
Enquanto eu queimo em agonia
Em chamas, na cama, deitado
Esperando a morte chegar

Lembro-me dos momentos
Em que podia ver o mar
E ao mesmo tempo o invejar
Por ser imenso

Literal, de um modo literal
O mar é vermelho
E arde profundamente em meu peito
Em um pleito, sem segredos
Decidiram pela minha pena de morte

Boa sorte, vos dou boa sorte,
Está seria minha ultima aparição
Boa sorte, vos dou boa sorte
Estou no corredor
No infinito corredor
Onde quem não sobrevive morre.