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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ampola do tempo

O tempo passa na velocidade do vento
O velocímetro que era lento
Agora estoura,
Pois já não há números para medi-lo
Mais um dia, menos um de vida
E na minha ampola,
Menos um grão de areia
Mais uma ferida
E mais uma doença incurável
Doença das lembranças
Que em minha mente dança
Como se fosse presa.
E o tormento grita,
Clama por liberdade
Como se já não existisse liberdade
E então eu amo mais meus vícios
Do que as pessoas
Mas não é o fim da linha
O alarme soa
Entre gritos e gemidos
Meu corpo soa
Como se fosse sua
Cada gota de suor
Cada gota da lagrima do meu sofrimento
E eu sigo caminhando
E ao mesmo tempo chorando
Pois já não há o que fazer
Além de chorar
E as palavras de sofrimento já não te sensibiliza.
Eu sigo perdendo a vida
A cada dia que passa
Eu sigo perdendo a vida
E você acompanha de perto
Meu suicídio lento.
E vão se abrindo as portas do inferno!
De um mundo tão vazio e pequeno.
Mas saiba!
Não é o tempo que tá passando.
Sou eu quem estou o encurtando!
Sou eu que estou morrendo aos poucos.
Sou eu que estou ficando louco!

domingo, 28 de dezembro de 2014

Desabafos do divã

Falta um cigarro
Falta um copo de bebida
Falta uma vida
Falta gardenal
Falta ser normal
Falta querer ser o que não sou
E os homens de branco
Me põem no divã
Para ficar de bla bla bla
E colocar a culpa do meu sofrimento
Em uma maldita maça
Que Eva deu pra Adão
E que culpa tem o meu coração?
Eu sou um trovador de meias palavras
E pessoas idiotas não conseguem entender.
Eu sou assim e este é meu jeito
Eu não preciso de ninguém
Pra me diagnosticar
Eu não quero diagnóstico
Eu não quero remédio forte
Eu quero ficar sozinho
Eu um lugar impróprio
Onde tenha sobremesa
Onde tenha bebedeira
Onde possa me libertar
Dessa minha bipolaridade
Que me deixa sem saber
Quem eu sou de verdade
Se sou cidadão moderno
Ou um homem de sociedade
Que me deixa sem saber
Se sou louco ou normal
Que me deixa sem saber
O que é ser diferente ou igual
Ou então o que acontece
Se o freezer congelar
E se tudo for por água abaixo
O nosso barco naufragar
Qual será o próximo passo
Minha querida eu tenho medo
E o que acontece
Se eu começo a chorar
Eu chorarei de desespero
Se algo me dominar
Eu posso até te gritar
Mas eu vou me arrepender
Por que eu sei quando sou eu
E eu sei quando não é...
Eu só preciso ser feliz
Eu só preciso relaxar
E quando perder este controle
Quem será que virá me guiar
Quem irá me controlar
Quem irá me curar
Desse meu desespero
Desse meu devaneio
Desse meu medo de ficar sozinho
E voltar a morar
Em um quarto com odor de cigarro
Escuro e vazio.
Onde eu viva trancado,
Só eu e eu e minha poesia
Até chegar a morte
Sublime e fria....

A fonte

Eu sei o peso dessa dor
Já a carreguei por muito tempo
Hoje ouço o vento
Em uma janela vedada
Olhando para as nuvens
Percebo que o horizonte é um nada
Eu não tenho medo de arriscar
Viver com cautela é perigoso
Eu não tenho medo do novo
Não tenho medo de me arrepender
E se não der certo já foi
E o que é incerto
Descobriremos a dois
O que importa é o amor
E você não me deixará
Carregar sozinho o peso dessa dor
E se descobrir que o que tinha acabou
Irei novamente à fonte distante
E eu levarei esta agua
Até a linha do horizonte
Só pra te encontrar
Pois o amor nunca acabará
Pois eu sei onde fica a fonte da eternidade.

Retratos

A caminhada pela vida não é fácil
E tudo se resume a retratos
E nunca ficaremos em paz
Pois no universo e impossível manter-se estático
Problemas sempre vão existir
Derrotas sempre vão acontecer
Vitórias poderão vir
Mas o que se espera é uma vida feliz
Para que após a morte possamos sorrir
Por que o amor, meu amor, é eterno
E as tempestades sempre irão ocorrer
E para nos proteger
Haverá sempre aquele teto
Aquele que nos cabe certo
Como o que é certo nos uniu.
O mundo me trouxe você
E de todas as perdas,
Você é a única que não quero perder
Por que meu sentido é você
Meu olhar é o seu
Seu suspiro é o meu
E tudo que existe de maravilhoso
Iremos compartilhar
Por que o mundo é nosso
E vamos aproveitá-lo
Até depois de deixar de respirar
Turbulências faz parte da vida
Posso até não te aturar
Mas é você quem sempre vou amar

Estrelas que caem

As estrelas vão caindo
Os olhos se fechando
As minhas últimas palavras
- Eu te amo tanto.
Minha alma segue solitária
Caminhando pelo deserto
Quente inferno de sofrimento.
O meu corpo segue
Em uma ilusão rápida
E faz uma alusão ao pensamento.
Eu estou morto ou vivo?
Estou preso em meu jazigo?
O que faço se ainda respiro?
Quais são os planos de amanhã
Quais os planos dessa noite vã.
Solitário não tenho para onde ir
Nem eu, nem minha alma.
Que padecendo no inferno
Pouco a pouco deixou de existir...

Um brinde à vida

Vamos celebrar o dia
Com um copo de bombinha
E um cigarro de pacaia
Vamos celebrar a farra
Com mendigos e doentes
Com doenças que não sara
Vamos celebrar o consumo exacerbado
De uma elite inescrupulosa
Que nos põe no pelourinho
Para nos dar uma sova
Vamos celebrar uma vida que não é nossa
Vamos celebrar em ter um dia-a-dia
Para puxar carroça.
Vamos nos ater somente a servir
Vamos viver pelos outros
E sobreviver por nós
Morando em barracos
E gritando a sós
Tentando desamarrar os nós
Que teimam em embaraçar
Vamos celebrar a comida no prato
Agradecer a deus por um dia farto
Por que o outro não se sabe
Vamos celebrar o massacre
De quem trabalha para existir
Vamos agradecer a elite imunda
Por nos alimentar
E nos tirar o direito de ir e vir
Vamos chorar como desafortunados
Que privados de todas as glorificações.
Ajoelha-se na igreja
E vai pedir perdão
Vamos celebrar a quem purifica um coração purificado.
Que por não ter culpa
De ter nascido miserável
Implora um pedaço de pão
Vamos celebrar a vida injusta
Com um copo de bombinha
Vamos celebrar a elite suja
E viver na servidão.

Elite imunda

Elite imunda escraviza
Antes com chicotes
E hoje com a vida
Elite imunda nos vendem
Antes por dinheiro
Hoje por fundo de garantia
Elite imunda nos machuca
Antes através do medo
Hoje do receio do desemprego
Elite imunda quer direitos
Por pagarem mais impostos
Do quê nós
Favelados, pardos, mulatos e pretos
Elite imunda escravista
Quem sempre nos castiga
Antes tirava nossas vidas
Hoje nos matam pouco a pouco
Elite imunda e fascista
Joga em nossas caras
Um belo acessório da Prada
Enquanto aos nós
Nos restam uns centavos
Para comprar um pouco de salada
Elite imunda desumanizada
Escraviza quem trabalha
Maltrata quem lhes traz o lucro
Elite imunda joga sujo
Enquanto você a bajula
Segue sem ter nada
Elite imunda fajuta
Enquanto ela se glorifica
Você segue na luta.
E assim segue
Você e a elite imunda
Você se fode
E sua classe é taxada vagabunda
Enquanto a elite...
A elite segue imunda!

Boa nova

Eu sinto necessidade de vibrar
Com quaisquer coisas
Que me faça feliz
Hoje eu quero apenas sorrir
Nessa noite eu quero gritar
Hoje eu quero ver minha vida mudar
Sinto necessidade de mudança
Sinto necessidade de esperança
Quero ganhar na mega sena
Quero apenas sair de cena
Quero reaprender a andar...
Hoje eu só quero uma noticia boa

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Sem ter pra onde ir.

Sem ter onde dormir.
Sigo sozinho a vagar.
Procurando um crack pra fumar.
Me humilhando por 5 centavos
Para fazer a "intera"
E me sentir mais um desgraçado
A fome bate rm meu estomago
E tudo que preciso é de um mago
Para recolher os cacos
Que sobrou de mim
E ficou perdido em algum lugar
A vida pode ser boa
Pra quem rir a toa
Mas para nós, seres humanos animais
Ela não perdoa.
Não existem nós
Somos desiguais
Eles nos olham torto
Passam longe e sente nojo
Enquanto você quer alguns Camaros.
Eu só desejo 50 centavos
Para comprar apenas uma pedra...
Enquanto você quer uma festa
Eu desejo morrer mais cedo
Só pra não ter que aguentar
Essa vida desumana
Onde tudo desmorona
Sobre nossas cabeças.

Te amo pelos quatro cantos

Adorei nossa tarde
E que isso se repita por toda a eternidade
Por que o amor é único
E quando cultivado é eterno
E por mais que viva no inferno
De um mundo desigual
Eu tenho a você
E tudo que parece dor
Transforma-se em alivio total
E quando raiar o sol do outro dia
Eu quero estar com você
Para compartilhar nossa alegria
Quero te amar todo dia da semana
Na sala, no banheiro, na cama
Pois quem ama não cansa
E eu quero estar contigo
Mesmo que seja pequena a chama
E quando o fogo da paixão acabar
Eu irei a qualquer lugar
Para evitar que ela possa apagar
Você é meu amor
Sinônimo de eternidade
E quando enfim chegar a saudade
Eu vou te ligar
Só pra saber como vc está.
Te amo profundamente
É um amor ardente
E sem precedentes.
Te amo e grito
Por todos os quatro cantos
Até chegar ao fim do infinito.
Até dá aquele último riso
Antes de dormir
Pois quando acordar
Sempre repetirá o ciclo
O amor nunca morre
Ele pode até adormecer, esmorecer.



Mas morrer, ele não morre.

O que eu sinto

O que eu sinto
O tempo e a vida
Não é capaz de decifrar
É um sentimento puro
Não dá pra comparar
É um amor bobo
Que ecoa do seu olhar
Dieretamente para meu olhar
A saudade pode ser boa
Mas me entristece a toa
E só de te ver
É um motivo de alegria
Conto as horas no relógio
E mal posso acreditar
Acordava ao seu lado todo dia
E não valorizava, quem diria
Hoje o que mais quero é regressar no tempo
E voltar a ter esse momento. Onde te beijar todo dia seguinte
Fosse uma conquista simples

Pergunta? Resposta? Qual a definição?

Onde estão meus amigos?
O que deverão estar fazendo?
Neste mesmo momento?
Onde estão os meninos?
E a vontade de viver?
Por que me sinto tão sozinho?
Será que eu parei no tempo?
Ou foi o tempo que parou
Quando a tempestade enfim cessou?
Onde estão aqueles caras
Que me reanimava
Quando ficava triste?
Onde estão os meus remédios
Que curam minha depressão?
Quem realmente devo confiar?
Será que estou no caminho certo?
Ou me ponho a nadar para nenhum lugar?
Quem são os homens de preto?
Qual é o nome do meu desespero?
Qual a cor do meu desprezo?
Quem me ensina a recomeçar?

Dias e noites

Eu me lembro das noites
Em que andávamos juntos
Compartilhando um céu estrelado
Sentados sob um chão gelado
De dunas e passos marcados
Então peço um beijo seu
Como se pede a Deus
Um pouco de ar pra respirar
Um pouco de vida pra viver
No egoísmo de viver mais um momento
Desde aquele dia não saiu do meu pensamento
E até hoje, aquela noite
Não saiu da minha memória
E até hoje o que eu sinto só faz crescer...
É um amor de verdade
Que não me deixa perecer
E esse amor que sinto por você
Alivia qualquer saudade
Espanta a maldade e me faz sobreviver...
Respirando todos os dias esse ar
Que você me deu.

Viver sem saudade

A vida sem saudade
Deixa de ser bonita
E passa a ser apenas vida.
Vida sem vida
Sem cor, nada brilha
Um brinde a vida
E a canção mais linda
Que te recorda os momentos...
Um brinde a mais linda música
Que ecoa em seu pensamento
Àquela musica que recorda o tempo
Ao soar das trombetas ao vento.
Amanhã, sentirás outra saudade,
Viverás outra realidade
Até o dia da sua morte
E assim segue a vida
Entregue a sorte...
Viva a vida!
Ela baila, canta e dança
Reluzente de esperança
E aos amigos que deixei...
Amanhã ou depois os visitarei
Só pra recordar o doce da vida
Que um dia experimentei...

Relógio

Temo o passar do tempo
Temo em ficar velho
E ter crises depressivas
De ter tempo para aproveitar
E me afundar em coisas banais
Temo em ser dos iguais
Temo em ser dos normais
Temo em fazer sempre as mesmas coisas
Temo o amanhã...
Por que o tempo passa
E o pendulo do relógio não para
Temo a morte por que não a conheço
Temo o que aconteceu antes de nascer
Queria saber o que eu fazia antes de viver
Queria saber onde eu estava
Quero saber onde vou estar
E temo em saber como tudo vai acabar
E então sigo vivendo e temendo
Como se o amanhã não existisse...

Politicamente correto

As pessoas são politicamente correta
Quando estão em grupo
Mas sua opinião sempre muda quando chega em casa
Discursa bonito
E desvia de um negro na rua
Essas pessoas não mudam nada
a sinceridade não estraga
É melhor ser sincero
Do que viver da hipocrisia
A verdade dói como uma bala
Mas não mata
A indiferença é o que destrói
E o discurso padrão é sempre o mesmo
Salvem as crianças
Todo ser humano é igual
Reduza a maioridade penal
São todos tolos
Tem pesamentos modernos
E são a favor do aborto
Salve o mundo
Politicamente correto
Mas destroem arvores
Para morar em codomínios
Mausoléus de concreto
E morrem sem saber o que é eterno...
Poesia de rua
Poesia de casa
Tanto faz?
Somos todos diferentes
Não somos todos iguais
A realidade é nua e crua
E da vontade de vomitar..

Identidades

Não sei quem eu sou
Nem pra onde vou
O que é verdade
Segundo Foucault?
Onde fica marte
Qual o vento forte que bate
Violentamente, a porta de sua mente.
Quando o coração sente
Crises de identidade
Será que é somente
Um erro bater
Errado é saber
Saber é tão surreal
E eu,
Que não sou tão ruim quanto pareço
Ou tão louco como posso estar
Eu apenas padeço sob a atenção de seu olhar
Meu corpo não é mais o mesmo
E eu apenas sinto
Quando omito o que digo
E mais, não vou voltar atrás
As minhas mentiras não são mais tão confortáveis
As minhas verdades não são mais realidade
Não sei quem eu sou
Crise de identidade
Se sou bom ou mal
Se sou negro ou branco
Se sou demônio ou anjo
Se sou animal ou humano
Eu não sei mais
Eu não sei mais
Eu não sei... mais...

Ciclo finito

O sentimento é tão humano
É tão humano o sentimento
Que chega ao ponto
De ser nojento!

É tão curto o tempo
É tão longe o hospicio
É tão louco o mundo
E muito pouco os momentos.

Preste atenção ao que eu digo
O mundo é ciclo finito
E tudo que tens um dia acaba
Inicia-se a revolução dos bichos.

Animais, insetos incertos e vermes
O homem quase sempre se esquece
Que mentir o que sente
Não é sentir sem mentir

E o diamante que brilha
Não é a luz do sol
Chocando com o vidro
E o que é de mentira
É um ciclo finito inexistente

E o que é de verdade
É sempre mais reluzente
E o sentimento não é apenas
Um sentimento

Ultimas flores

São as ultimas flores que me trazem...
Em formato de coroa
O carro funerario está pronto
O grito de desespero ecoa
O caixao foi comprado
Deus está esperando a hora boa
Para me levar
Para um lugar bem distante
No submerso mundo triste
Onde nada existe
Além do sofrimento
São as ultimas flores
Entregues no hospital
Para testemunhar todas as dores
E apenas uma pessoa de luto
Parece que ninguém gosta de mim
E isso é tudo!
Uma tristeza disfarçada
Toca meu coração
Com uma ponta de faca
Que o fura lentamente
E o que eu enxergava reluzente
Foi ficando escuro...

Epitélio ou metal?

Aprendi demais com a decepção.
Agora ta na hora
De aprender com a vitória
Sei, não dependo só de mim
Quem me dera fosse assim

Pode ser até bom sonhar
Mas na hora de acordar
A realidade bate a porta
Só pra te dizer
É hora de trabalhar pra sobreviver

O sofrimento pede passagem
E o dia continua
Caminhando pela rua
Em uma linha reta sem fim

Como se em um único instante
Sobrasse só o inesquecível
O coração para de bater
E as veias são alimentadas de óleo diesel

Eu tenho mesmo que despertar?
Deste sonho tranquilo?
Eu tenho mesmo que acordar
E viver mais um dia infinito

O curto sonho teve fim
Agora é só realidade
Acordar e sentir o martírio
De quem sente e não esquece
Das marcas das feridas
Que ficam gravadas na pele
E não há como retirar

Epitélio, pele, carapaça ou metal
Não sei se sou feito de aço
Se sou homem, inseto ou animal
Só sei que ainda estou vivo
Como um objeto mecânico
Que é inventado e produz

E quando perde a vida útil
É jogado no lixo
Como um objeto obsoleto
Ultrapassado e julgado
Pelos seus próprios erros!

Cartas ao opressor

Mais um dia, bom dia opressores,
Que os chicoteiam todas as noites
Sem piedade preparam os açoites
Para ferir os coitados
No pelourinho só se ouvem os gritos
Pedidos de perdão pelo que não fez

O que é não ter dinheiro?
O que é viver de forma deplorável?
Qual a solução de viver em vão?
Será que tem jeito?
Por na cabeça dos burgueses
Que o medo está impresso
Em objetos de metais e pedaços de papel...

Os fortes escravizam quem não tem vez
E os exploram de foma banal
Será que tem jeito?
Quando as notas de cem
Começam a chover
O mundo castiga quem não as tem

E para os bem nascidos
Que nunca passaram fome,
O seu semelhante sofre
Enquanto você desperdiça o que come

Mas não chore, não implore
Levante a cabeça
A verdadeira riqueza está dentro de você
A verdadeira nobreza está dentro de você
O mais belo é ser,
Muito mais importante do que ser.

Dois lados da mesma moeda

Povo pobre massacrado,
Cultura e costumes deturpados
Pelos ditos superiores
Não reconhecem as origens
E vivem de falsas esperanças.

Dois lados da mesma moeda
As feridas e as vertigens
Causadas pelas mentiras secretas
Andam lado a lado
Em um sincronismo de danças

Praticando outros rituais
Chamam por Deus
Por não ter a quem chamar
E morrem sem saber que o jamais!
Um dia pode acontecer!

Onde está você,
Pregando nos ônibus,
Pregando na rua
E ninguém te vê...

Onde está você,
Ninguém te ouve,
Ninguém te entende,
São sobreviventes de uma fome
Que mata tanta gente

As palavras ferem a alma
Mais nunca tocam o coração
Os sonhos alimentam o corpo
De quem vive em vão!
Por que não me dá um pedaço de pão
Preferem me dar uma bíblia

Você pode até mudar
Pode tentar se adaptar
Mas não esqueça
De onde você veio
Quem você é
Não deixem maquiarem a tua fé

Em nome de Deus você acha
Que pode mudar
Em nome de Deus você acha
Que pode vingar
Mas os outros pregam a dor
Em cada palavra enunciada,
E se esquecem de que quem prega o amor
Não pode machucar
Não te deixa sentir dor