Pesquisar este blog

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Estou sóbrio? Milagre!

Estou sóbrio? milagre!
Estaria à beira de um ataque
Estou louco? Poderia estar saudavel,
Todos se curvam? Hora da saudação?
Magnifica majestade! Estendam os tapetes ao chão!
Rogue pelo imediato perdão a um simples mortal
AH! Como gozo de tanta revolta
Ao perceber tanta ignorância
Olhei-vos para si mesmo com repugnancia
Acreditas até na bondade de uma santa!
Estou sobrio? que nada!
Apenas estou adulto demais
Para acreditar em contos de fadas,
Caio no buraco negro da realidade
Jogado, desprezado na calçada
Alguém me oferece um abrigo
Hoje terei uma casa, hoje terei um amigo
Mal imaginas, mas vivo em desgraça
Na penúria ilusória de um bebado
Sem destino, sem história
Poderia escrever apenas versos
Quem sabe não acharia  idiota
Talvez não segui pelo caminho certo
Ou um certo alguém não me abriu as portas
Sou eu um ser insignificante
Seria eu um ser repugnante
Não sei o que há em mim,
Talvez um transbordo, uma overdose
Drogas e um pouco de rock
Drogas e dores de uma cirrose,
Que parece não ter fim!
E que tudo de ruim me preencha
Oh! Qual o sofrimento me alimenta?
Qual alimento me alimenta?
Pois não há retórica que não se compreenda
Pois não há sentimento sem concupiscência
Pois não há amor sem ardencia
Ou sofrimento sem o prazer da essencia
Não baixemos o nível da descencia
Oh! Santa inoscencia! Oh! santo sofrimento,
Estou sóbrio? Ou estou ébrio
Estou sério, ou estou mórbido
Onde está corpo que era nosso na ultima transa
Onde estão arquivados os momentos da nossa ultima dança,
O que restou do inferno de nossas lembranças
Então vamos, brinquemos de ser criança
Ou vamos ver até onde a tolerancia nos suporta!

Psicologia de um vencido (Augusto dos Anjos)

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e á vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

Amigo Teylor

Ei, cara! Por que essa tristeza?
No inferno as pessoas agonizam
Ei, cara! pra que manter essa frieza
No deserto as pessoas querem água

No cemitério as pessoas sentem falta
Na terra as pessoas sentem sede
Na vida corrida há um caminhão
Seguindo-te em um beco sem saída

No peito ainda bate um coração,
O seio em que mamas ainda não secou
... Há muita vida pra viver
Há muito alivio pra esta dor
Agora está a queimar em febre
Mas sua dor não é no corpo
Muito menos na pele
 
Eu descobri a verdade
O que te fere, alimenta
O que te alimenta trás a serenidade
O que ás vezes te entristece trás felicidade!

Reciclar

O passado esconde meu lado sombrio
No meu peito, algo gelado e vazio
Em seu seio, um fogo derrete,
Derrete, aquece e provoca arrepio

No seu sorriso, algo que nunca se viu
Em meu interior,
Reciclo tudo aquilo que não serviu
Reciclo os restos de amor,
Que se perdeu, quando fugiu

Algo me entristeceu quando você sumiu
Desapareceu do meu ponto de vista
Mesmo que atrasada, quase que tardiu,

Eu sinto amor, talvez sinta,
Se você permitir...
Deixa sentar-me ao seu lado na mesa
E ser feliz para a vida inteira

Oração ao Deus shamã

Senhor dos sóbrios e benditos
Senhor dos ricos e bem nascidos
Faz-me gozar aos risos
Faz-me ser o que há de mais bonito

E mesmo que seja ridiculo
faz-me ser o mais belo
Ser do meu unico abrigo
Faz-me ser meu amigo
Pelo menos esta noite
Na plenitude solidão
Um açoite nos castiga em vão

E quando não haver
Mais um gole do meu desespero
Serei sempre o primeiro a me consolar
E quando faltar o ar,
Quando parar de recitar
Encherei o meu pulmão

Senhor, ah! senhor!
Se diz ser dono do meu espirito
Por que ele arde em chamas
Por que dar-te-me-ia deste castigo

Oh senhor, dono da purificação
Por que não alvás meu coração
Preciso, necessito, quase careço
Pereço, choro e clamo por perdão

Oh! senhor, guerreiro shamã
Alegrái meu clã
E deixa minha mente sã
Pelo menos por esta noite

domingo, 15 de abril de 2012

Como um animal

Eu quero ser como os animais
E viver como tais,
Só assim deixaria de crê em Deus,
não tendo a consciência dos normais...

Eu quero ser um animal
Para desfrutar com dignidade dos teus restos
Para degustar da ceia de seus dejetos
Santo desejo ao cometer incesto,

Quero ir aonde quiseres
Com apenas um gesto
De um modo esdruxulo
Eu só queria ser um animal
E fazer sexo sujo
Toda a noite, a noite inteira

Eu queria ser um animal
Pra ter o minimo de valor
Queria ser animal pra não sentir dor
Dor, sentimento tão normal
E por ser tão normal,
Torna-se banal

Enquanto queres ser alguém
Enquanto queres ser feliz também
Eu quero apenas falar "au-au"
E latir, para fazer Deus ouvir no além
Se é que ele existe! E caso ele exista,
Comunique-o que:

Eu só quero ser um animal
Como um cachorro qualquer
Ao lado de uma cachorra qualquer
Transando no meio da rua

Cheio de pulgas, que fulguras a lua
nas calcadas imundas, planejando uma fuga
Sem saber o que é amor,
Sem saber o que é dor ou fé.
Eu só quero ser um animal.
Só quero ser um animal,
nascer, crescer e morrer animal!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Alcool

Jogue tudo pro ar
Não deixe o tempo fazer
O que só o álcool pode resolver
Não deixe ela saber
O que só tu podes fazer...

Abra sua gaiola
Liberte-se agora
Desbrava os caminhos do novo mundo
E não desanime se te chamarem, vagabundo!
Pois seu é o mundo,
Em todas as instancias

Então chora criança
E derrama lagrimas
Ela não expressa palavras
Mas fala com a face
E transmite a dor
Triste dor, ao dizer, acabou!

sábado, 7 de abril de 2012

Mentira

Lançado o olhar macabro sobre o palco
Estão todos estasiados
É o começo de um novo espetáculo
Não sei se realmente estou preparado

O que houve?
Vejo olhares dispersos na plateia?
Eles vieram fazer apologia!
Apologia ao intelectual,

Isto é mentira!
No minimo demagogia
Ninguém viria aqui ouvir poesia
Acabe com a farsa
Destrua sua mascara!

Então dispa-se!
E depois perceba,
Que tudo começa quando algo se acaba!

Caminhos

Qual o caminho que nos salva
Qual sereno nos acalma
Qual o veneno da sua alma
O que me traz até você

Qual o azar que me rege
Por onde será que me segue
Mostre-me o caminho
Não deixe-me seguir sozinho

Preciso de outra direção
Já que escolhemos caminhos diferentes
Com a mesma percepção

Preciso de uma mão
Para tocar a minha em momentos de solidão
E sentir que o breve pode ser pra sempre

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dois anos (31 de março)

Quem não sonha não merece viver
Quem não vive precisa morrer
Para aprender e somente aprender
Para aprender a ser...
E somente a ser...

O mundo deixou de ser meu.
Quando você partiu
Eu culpei a Deus
Por cada riso que me deu
No adeus, seu adeus
Nunca mais vou ser seu

Nunca vou esquecer
Das lágrimas que derramamos juntos
Pelo dia em que choramos muito
Vivo em penúria nestes dois anos
E nem os santos tem pena de mim
E nem os anjos tem piedade

Divindades não sentem saudade
Não sabem o que é maldade,
Mas mata-me lentamente
E causa minha tristeza
Mesmo sem saber de verdade
Que praticou de mesma maldade
No dia em que partiu!